sexta-feira, 11 de março de 2011

A arte da fuga

Há um cheiro a mudança, um perfume desconhecido, paisagens desfocadas que passeiam numa mente desarrumada. 
O cheiro é cada vez mais intenso, a vontade desse cheiro! 
Vou fazer as malas e partir, vou embora. 
Vou deixar de lutar contra a asfixia! 
Que vontade de correr, que vontade de me perder, ruas onde os meus pés nunca andaram esperam por mim, esquinas nunca dobradas, passeios nunca passeados, oh doce loucura da fuga. 
Doce perfume do desconhecido. 
Que vontade que eu tenho de te agarrar. 
Sozinha. 
Não faz sentido fugir acompanhada, não se foge com companhia, quando se foge, fugimos sozinhos, só nos levamos a nós. 
Não podemos precisar de mais do que nós, é connosco que vamos até ao fim, e é no fim que percebemos que somos singulares, tão singulares que não podemos fugir de mãos dadas.


TR

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