quarta-feira, 14 de outubro de 2009
The City
Quando eu cheguei....a cidade transpirava vida.
Sentia...mas não conseguia dizer o quê....
Inexplicável, confuso, a transbordar de adrenalina, perfeito.
Quando eu cheguei...ia com uma vontade doida de conhecer.
Uma vontade doida de saber, uma vontade doida de experimentar, de ter, de viver.
Fixei o mapa. Decorei cada ponto.
Andei sozinha, andei comigo.
Minutos, horas. Perdida no mundo.
Nunca estive tão certa de estar comigo, só comigo, longe, muito longe.
O estar longe tornava tudo melhor....
Um oceano imenso a separar-me de toda a gente que algum dia me conheceu.
E eu estava ali, na cidade dos meus sonhos.
Quando eu cheguei... o coração estava apertado...
Mergulhei naquela cidade como se fizesse parte dela.
Senti-me em cada passeio... Eu era aquilo.
Ali. Naqueles dias. Encontrei-me.
Percebi quem sou. Quem fui e quem quero ser.
Tive a certeza.
Andar perdida no mundo é do melhor que pode haver.
Principalmente quando esse mundo é novo e nos parece 'nosso'.
Sentei-me numas escadas e fumei um cigarro.
Reparei, olhei, vi. Tudo.
Vi cada pormenor, senti cada cheiro, cada perfume, cada som...
Nada conseguiria importunar a minha alma naqueles minutos.
Estava bem longe, num sonho.
Quando eu cheguei...eu sabia que estava a chegar....ao que quero ser.
Bebi um whisky encostada ao balcão.
Ouvi música ao vivo em bares e nas ruas. Nos parques. Nas estações.
Tudo transpirava arte.
Tudo abraçava a arte.
Tudo despoletava a arte de sonhar.
Bebi cappuccinos de manhã ao acordar e sorri ao Empire sentada na cama...
Naquela cidade levaram-me o medo, deram-me o riso, mostraram-me segredos.
Ou fui eu que o arranquei de mim.
Vi, ouvi, senti.
Uma realidade completamente nova, quente, envolvente.
Não sei se há uma comparação possível....
Mas ali...eu senti-me livre... mesmo que por tempo contado...
A liberdade respirou através de mim.
TR
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